Os primeiros registros de vitrais datam dos séculos 10 e 11, provenientes do Oriente muçulmano, onde a arte em vidro era empregada para embelezar templos religiosos e ricas residências. A força artística dos vitrais marcou o Ocidente durante a Idade Média, quando o vidro começou a fazer parte de projetos arquitetônicos de igrejas e catedrais. Seu ápice foi no período Gótico, que tem na Catedral de Notre Dame, em Paris, um dos melhores exemplos. Em catedrais européias, o objetivo do cristianismo era transmitir, através dos vitrais, a espiritualidade dos cristãos, aumentando a imponência do ambiente conforme a luz resplandecia nos vidros adornados com figuras de santos e elementos religiosos. São estas características intrínsecas que fizeram do vitral um recurso muito apreciado em todo o mundo em períodos artísticos ligados ao sentido decorativo, como o Romantismo; a Art Nouveau, de 1900; e a Art Decó, dos anos 30. Mais recentemente, no retomar da convivência criativa entre artistas plásticos e arquitetos das décadas de 1950-60, os vitrais foram parceiros de algumas obras notáveis. O Ateliê Sarasá herdou, de sua origem espanhola, as técnicas de confecção de vitrais dos antigos mestres vitralistas, por meio das quais o vidro é pintado à mão, queimado em um forno com temperaturas acima de 600o C e, depois, emoldurado em suportes de chumbo. As peças produzidas pelo ateliê são mais que vidros coloridos, representam uma extensão da intensidade luminosa que penetra o edifício, criando, por sua própria expressividade, sentido gráfico e desenho, traduzidos em formato de arte. | |