No dicionário, a palavra azulejo, derivada do hispânico az-zulaij, é definida como um ladrilho vidrado, com desenhos de uma ou mais cores, usado para revestir ou guarnecer paredes. Essa definição não é suficiente para exprimir uma das artes mais antigas da humanidade. Uma expressão artística que já era representada em mosaicos durante o Império Romano, muitos anos antes de Cristo, e em exemplares de painéis e retratos revestidos a ouro, provenientes de países islâmicos, outros precursores desta delicada atividade. Na Europa, a tradição centenária da pintura em azulejo chegou a Portugal no século 12. Expandiu-se pela Península Ibérica, vindo posteriormente para a América, durante a época da colonização. No Brasil, um dos exemplares mais valiosos da arte em azulejaria encontra-se no centro da cidade de São Paulo, e faz parte do monumento do Largo da Memória. O obelisco paulistano mais antigo, construído em 1814, tem azulejos instalados em toda sua volta. As peças, decoradas com o brasão do município, são consideradas pelo Patrimônio Histórico uma das mais importantes do País. A partir de 1940, a produção nacional de azulejos atingiu sua mais significativa forma de expressão, com os painéis produzidos por artistas como Cândido Portinari, Burle Max, Anísio Medeiros, Alfredo Volpi, Poty e Djanira. A maioria destes artistas teve suas obras restauradas pelo Atelier Sarasá. Entre as décadas de 60 e 70, houve uma integração entre a azulejaria e a arquitetura, quando a produção cerâmica atingiu escala industrial. Nos anos 80, o Atelier Sarasá foi o responsável pela recuperação destes valiosos azulejos, desgastados pelo tempo e pela poluição. Atualmente, a produção de azulejos artísticos deixou de ser feita em larga escala, sendo encontrada em pequenos ateliês de cerâmica. Neste contexto, o Atelier Sarasá se mantém fiel à tradição da produção de azulejaria artística brasileira. | |